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terça-feira, 13 de julho de 2010


....A visão interior evoca a contemplação e o silêncio, o fechar os olhos para poder enxergar outra Realidade.


O ser humano retém na memória cerca de 11% do que ouve, 3% do que cheira, 2% do que toca e 1 1% do que degusta, mas pode memorizar cerca de 83% do que vê.



Para a mística judaica e cristão, se o humano possui um par de olhos é para chegar à visão de Deus.



Os olhos são um instrumento da unificação de Deus e da pessoa humana, do Princípio e da manifestação.



A Visão interior, o terceiro olho, unifica o olhar dualístico voltado para o exterior e permite à pessoa olhar e ver com o coração.



Como na palavras da mística Teresa d'Ávila: ''Teu desejo seja de ver Deus; teu temor, de vir a aprê-lo; tua dor, de não o gozares, e teu gozo o que te pode levar a Ele, e viverás com grande paz.''



Com toda riqueza de expressões, o alimento energético enrtra pelos olhos e é mais essencial e sutil do que a comida sólida e líquida que entra pela boca ou ar, gasoso, pelas narinas.



Na Árvore das vidas, no lugar dos olhos, chega-se plenamente ao nível energético ( fogo e luz ), deixando para trás a progressão de sólido ao líquido ( boca ) e deste ao gasoso ( boca e narinas ).



No estágio do vir-a ser, de DEVENIR, os olhos são simbolos ígnes de atenção e intenção.



Eles correspondem ao coração- centro, evocado no estágio do Ser.



Simone Weil diz ( filósofa e escritora francesa, de origem judaica, evoluiu para um misticismo cristão, com tintas de hinduísmo e gnosticismo.) dizia:



'' Uma das verdades fundamentais do cristianismo, verdade por demais desconhecida, é esta: o que salva é o olhar''.



Mas em muitas circunstâncias, o melhor a fazer é fechar os dois olhos e buscar, nos sonhos, na voz oracular do ser , a visão que salva.



Feitas de água e sal, as lágrimas emanam da fonte dos olhos e estão associadas à imagem do pão, um alimento interior e místico, sem o qual não podemos crescer.



Os olhos são a grande porta de entrada para a matriz cerebral, nossa instância mais próxima da Emanação.







Em hebraico a palavra olho, ayin , é um homônio de fonte, manancial, como na expressão



'' O anjo do Senhor a encontrou perto de um olho d'água no deserto...'' (Gn 16,7).



Expressão que detona o órgão da percepção visual, mas também a Providência, como na expressão:



'' Os olhos do Senhor teu Deus estão sempre sobre ti''. (Dt 11, 12 )



Ao contrário da grande maioria dos animais, nossa visão é frontal, tridimensional e pode ser definida por um ''campo de visão''.



Esse campo é visual ( no sentido do seu alcance ) e mental ( na geração e decotificação das imagens tridimensionais).



Para a anatomia, o olho é um órgão par, situado um em cada órbita.



Ele é um globo constituído de três camadas ( esclerótica, coróide e retina ) e de meios de refração ( humores aquoso e vítreo, e cristalino ).



Em latim oc-ulus, designa o olho ou todo objeto com a forma de olho.



Na realidade, oculus não é verdadeiro nome do olho. Seu verdadeiro nome 0c-s, só encontra-see em palavras derivadas e sob a forma de sufixo: atr-oz , com o aspecto sombrio; fer-oz, com o aspecto agressivo; vel-oz, que desaparece ao olho; ou ainda, como no inglês eye, -oge, windown ( janela = olho do vento ------ buraco para introduzir o ar e a luz ).



Essas deformações da palavra olho não são fruto do acaso, mas estão ligadas à crença indo-européia, e praticamente universal, do mau-olhado ( malocchio, evil eye, bose blick, mal de ojo, olho gordo, olho de seca pimenteira, olho de matar pinto...).



A palavra olho não devia pronunciar-se mas , ao contrário, esconjurar-se, o que se obtinha deformando-a.







....A visão interior evoca a contemplação e o silêncio, o fechar os olhos para poder enxergar outra Realidade.



Como diz S. João da Cruz, '' A LUZ SOBRENATURAL DOS OLHOS DA ALMA, SEM A QUAL PERMANECEMOS EM TREVAS, É DEUS''.



Nossa visão interior de Deus é um provar da vida que vibra em nós e cujo destino vai além da maturidade do corpo.



Resgata um dimensão de iluminação infinita, cuja fonte luminosa brilha nas arcadas de nosso crânio...



Fonte Evaristo E. de Miranda - Corpo - Território do Sagrado

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